Tempo de Leitura Estimado: 4 minutos ■
O G20 de 2024 no Rio de Janeiro foi marcado por uma série de falhas organizacionais que colocaram o Brasil no centro das atenções globais – e não de uma forma positiva. A cúpula, que deveria demonstrar a capacidade do país em sediar eventos internacionais de alto nível, acabou expondo desorganização e falta de planejamento que afetaram jornalistas, participantes e a imagem do Brasil como anfitrião.
Desorganização Marcante no G20
Filas e Detetores de Metal Insuficientes
Logo no início do evento, jornalistas de todo o mundo enfrentaram longas filas sob o calor intenso do Rio de Janeiro devido à disponibilização de apenas três detectores de metais para mais de 2.500 credenciados. A espera gerou desconforto e críticas contundentes, especialmente porque o evento deveria demonstrar eficiência e hospitalidade.
Falta de Infraestrutura Básica
A sala de imprensa, local crucial para a cobertura midiática, apresentou sérios problemas. Não havia espaço suficiente para acomodar todos os jornalistas, além de problemas de conexão à internet. Para um evento desse porte, onde a comunicação é essencial, a falta de Wi-Fi funcional foi um dos pontos mais criticados, gerando protestos nas redes sociais por parte da imprensa nacional e internacional.
Investimentos Questionáveis
Gastos Elevados com Eventos Paralelos
Enquanto as necessidades básicas do evento eram negligenciadas, houve um alto investimento em festividades e celebrações, como o chamado “Janjapalooza”. Estima-se que R$ 33 milhões tenham sido gastos com essas celebrações, o que despertou críticas sobre a prioridade dada a eventos de menor relevância em detrimento da logística do próprio G20.
Reclamações de Líderes Internacionais
A desorganização não se limitou à imprensa. Até mesmo líderes internacionais enfrentaram contratempos. Fotos oficiais foram tiradas antes da chegada de figuras importantes como Joe Biden, Emmanuel Macron e Justin Trudeau, causando constrangimentos diplomáticos e prejudicando a imagem do Brasil como um anfitrião competente.
A Hipocrisia no Combate à Fome
Um dos temas centrais do G20 foi o combate à fome mundial, mas ironicamente, os próprios jornalistas que cobriam o evento reclamaram da falta de comida. A situação gerou piadas e comentários irônicos, simbolizando a discrepância entre o discurso e a prática no evento. Esse episódio reforçou a sensação de que os objetivos do G20 foram tratados de forma superficial.
Consequências na Imagem Internacional do Brasil
A má organização do evento deixou marcas na reputação do país. Comentários de jornalistas estrangeiros apontaram este como o “pior G20 de todos”, o que contrasta com os esforços anteriores do Brasil em eventos globais, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Além disso, o episódio reacendeu debates internos sobre a competência do governo em lidar com desafios logísticos e organizacionais de grande escala, especialmente considerando a importância geopolítica do G20.
A Falta de Planejamento e Seus Impactos
Eventos como o G20 requerem um planejamento detalhado e uma execução impecável para representar bem o país no cenário internacional. A desorganização observada no Rio de Janeiro contrasta com o potencial que o Brasil tem para sediar eventos de destaque. Com isso, fica a lição de que a imagem de um país é construída em cada detalhe, especialmente em eventos de alto nível.
Conclusão
O G20 de 2024 foi uma oportunidade perdida para o Brasil mostrar sua capacidade como anfitrião global. A falta de organização, as decisões equivocadas e os problemas básicos, como filas e falta de infraestrutura, transformaram o evento em um palco de críticas e insatisfação. É essencial que esses erros sirvam de aprendizado para futuros eventos, para que o país possa demonstrar seu verdadeiro potencial no cenário internacional.
Deixe uma resposta
Voce deve logar para deixar um comentario.