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A popularidade do Supremo Tribunal Federal (STF) não anda em seus melhores dias. Uma pesquisa recente do PoderData revelou que a aprovação positiva da Corte caiu de 31% para apenas 12% em dois anos. Um declínio tão acentuado levanta uma série de questões: o que mudou no STF e no contexto político do Brasil para causar tamanha perda de apoio? Vamos analisar os fatos, os dados e os possíveis fatores por trás dessa tendência.
A Queda em Números: O Que Diz a Pesquisa
Entre os dias 14 e 16 de dezembro de 2024, o PoderData entrevistou 2.500 pessoas em 192 municípios de todas as 27 unidades da federação. Os dados apontam que:
- A avaliação positiva (“bom” ou “ótimo”) caiu de 31% para 12% entre 2022 e 2024.
- A avaliação negativa (“ruim” ou “péssimo”) subiu de 31% para 43% no mesmo período.
- Cerca de 34% consideram o trabalho do STF “regular”.
- Outros 11% não souberam responder.
Esses dados indicam um aumento expressivo da percepção negativa, retomando níveis observados ao final do governo de Jair Bolsonaro.
Contexto Político: Fatores que Influenciaram a Percepção
A Chegada de Lula ao Planalto
O início do mandato de Luiz Inácio Lula da Silva em 2023 trouxe mudanças significativas na dinâmica entre os Poderes. O STF, que já era alvo de críticas durante o governo anterior, intensificou a sua atuação em temas polêmicos:
- Julgamento de participantes dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
- Investigações sobre planos para assassinar figuras públicas como o próprio presidente Lula e ministros do STF.
Essas ações foram vistas como necessárias por alguns, mas como autoritárias por outros, aprofundando divisões.
A Gestão de Rosa Weber e Roberto Barroso
Durante as presidências de Rosa Weber e, posteriormente, de Roberto Barroso, o STF enfrentou temas sensíveis, como:
- Descriminalização do aborto: Uma pauta que divide opiniões no país.
- Descriminalização de drogas: Outra questão polêmica e com forte apelo midiático.
- Regulação de big techs: Uma discussão complexa que afeta diretamente a liberdade de expressão e a economia digital.
A sensação de que o STF estaria indo “além de suas funções” gerou críticas tanto de setores da direita quanto da esquerda.
A Influência da Polarização Política
O estudo também cruzou os dados da avaliação do STF com o voto dos eleitores em 2022. Curiosamente, tanto eleitores de Lula quanto de Bolsonaro demonstraram opiniões similares sobre a Corte:
- A avaliação positiva é baixa em ambos os grupos.
- A percepção negativa, por outro lado, é predominante.
Isso reflete um consenso raro: a insatisfação com o STF transcende linhas ideológicas e se torna um fenômeno mais amplo.
O Papel da Mídia e das Redes Sociais
A forma como o STF é retratado na mídia e debatido nas redes sociais também é um fator relevante. Plataformas como Twitter e Instagram amplificam críticas, enquanto a cobertura jornalística tende a se concentrar nos casos mais polêmicos.
Exemplo disso é o impacto dos julgamentos transmitidos ao vivo. Embora promovam transparência, essas transmissões também tornam os ministros mais suscetíveis à opinião pública, muitas vezes guiada por narrativas emocionais ou polarizadas.
Consequências para a Instituição
A perda de confiança no STF pode trazer implicâncias sérias para a democracia brasileira:
- Erosão da autoridade institucional: Um STF desacreditado pode ter mais dificuldade em fazer valer suas decisões.
- Fortalecimento do discurso populista: Líderes políticos podem usar a baixa popularidade da Corte para justificar agendas contrárias ao Estado de Direito.
- Impacto nas eleições de 2026: A percepção sobre o STF pode influenciar o debate político e as alianças partidárias.
Conclusão: Hora de Reavaliar
A queda na avaliação do STF reflete um momento de tensão na relação entre o Judiciário e a sociedade brasileira. Para recuperar a confiança, a Corte precisa reforçar sua comunicação com a população, aumentar a transparência e buscar soluções que não apenas respeitem a Constituição, mas também dialoguem com os anseios da sociedade.
E você, o que acha? Concorda com os resultados da pesquisa? Compartilhe sua opinião nos comentários e ajude a construir uma discussão mais rica e plural. Afinal, sua voz é essencial para o fortalecimento da democracia!
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