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O bilionário Elon Musk, que em breve assumirá um papel importante no segundo mandato de Donald Trump, reacendeu uma controvérsia de décadas atrás sobre um escândalo de exploração sexual envolvendo menores de idade no Reino Unido.
Recentemente, Musk utilizou seu perfil no X (antigo Twitter) para acusar o atual primeiro-ministro trabalhista, Keir Starmer, de omissão diante das denúncias de abuso sexual. Starmer liderava a Procuradoria-Geral britânica na época em que a investigação foi aberta. Musk qualificou o episódio como uma “vergonha da Grã-Bretanha”, apontando para uma suposta rede de pedofilia liderada majoritariamente por homens de origem paquistanesa.
O Escândalo das Gangues de Aliciamento
Este escândalo, um dos piores casos de exploração sexual da história do Reino Unido, começou a ser reportado na década de 1980 e se estendeu até os anos 2010. As investigações revelaram que criminosos operavam em cidades como Rotherham, Rochdale, Oxford, Telford e Oldham, aliciando e abusando sistematicamente de milhares de meninas vulneráveis.
Um relatório independente de 2014, conduzido pela professora Alexis Jay, estimou que cerca de 1.400 crianças foram exploradas sexualmente em Rotherham entre 1997 e 2013. O relatório criticou duramente a resposta das autoridades britânicas, sugerindo que o receio de ser tachado de racista por lidar com criminosos de ascendência paquistanesa contribuiu para a inação.
Reações e Desenvolvimentos Recentes
Após as acusações de Musk, Starmer repudiou as declarações, condenando a disseminação de mentiras e desinformação. A controvérsia voltou a ganhar força com a recusa da ministra Jess Phillips de abrir um novo inquérito sobre casos semelhantes em Oldham, argumentando que a decisão deveria ser local.
O debate sobre a necessidade de novas investigações continua. A professora Jay e o ex-procurador Nazir Afzal se opõem a novos inquéritos, argumentando que as recomendações existentes devem ser implementadas. Por outro lado, a oposição conservadora, liderada por Kemi Badenoch, defende um novo inquérito nacional.
A Conexão de Starmer com o Caso
Keir Starmer foi chefe dos Serviços de Acusação da Coroa (CPS) entre 2008 e 2013, período durante o qual a investigação sobre a rede de pedofilia foi iniciada. Críticas foram direcionadas ao CPS por sua decisão inicial de não processar suspeitos em Rochdale em 2009, uma decisão que foi posteriormente revertida por Afzal, levando à condenação de nove homens.
Este caso complexo, envolvendo graves acusações de exploração sexual e falhas institucionais, continua a ser um ponto sensível na política britânica, com implicações que vão além das fronteiras do Reino Unido, como evidenciado pelo envolvimento de figuras internacionais como Elon Musk.
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