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Se você é do time que fica apreensivo só de ouvir falar no famoso exame de toque retal, fique tranquilo. Hoje vamos explorar por que, em muitos casos, esse exame não é mais uma obrigatoriedade. E a ciência está aqui para te ajudar a entender melhor essa história – sem mistérios ou tabus!

O que é o câncer de próstata e como ele se desenvolve?

O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens, perdendo apenas para o câncer de pulmão. Ele começa com uma célula que acumula mutações no DNA, crescendo de forma descontrolada até formar um aglomerado que pode pressionar a uretra ou outros órgãos. Na maioria dos casos, esse processo é silencioso e sem sintomas.

Sintomas mais comuns do câncer de próstata:

• Desconforto ou dor ao urinar.
• Sangue na urina ou no sêmen.
• Problemas de ereção.
• Perda inexplicável de peso.

Esses sinais costumam aparecer apenas em estágios mais avançados da doença, o que reforça a importância da detecção precoce.

Exames para detectar o câncer de próstata: toque retal e PSA

Tradicionalmente, dois exames eram recomendados para detectar o câncer de próstata:

1. Toque retal: Permite que o médico avalie a próstata pelo reto, detectando alterações no tamanho ou textura.
2. PSA (Antígeno Prostático Específico): Exame de sangue que mede os níveis de PSA, uma molécula produzida pela próstata que pode aumentar em caso de câncer.

Esses exames combinados eram o padrão na campanha “Novembro Azul”, mas as coisas mudaram.

Por que os exames não são mais recomendados para todos?

Desde 2008, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) e outras entidades passaram a questionar a necessidade de exames anuais para todos os homens. Estudos indicaram que o rastreio generalizado nem sempre trazia os benefícios esperados. Em 2023, o Ministério da Saúde reforçou essa posição com uma nota técnica que desestimula o rastreio de rotina em homens sem sintomas ou fatores de risco elevados. Essa decisão baseia-se em dados que mostram que a detecção precoce universal pode levar a diagnósticos excessivos de cânceres indolentes, que não afetariam a qualidade ou a expectativa de vida, além de direcionar recursos de forma menos eficaz.

Os motivos:

• Pouca redução na mortalidade: Estudos mostraram que rastrear mil homens salva, em média, apenas uma vida. Em um estudo conduzido por especialistas, foram analisados dados ao longo de 13 anos, onde se constatou que a diferença na mortalidade entre aqueles que realizavam o rastreio e aqueles que não faziam era mínima, reforçando que o rastreamento universal pode ter impacto limitado na redução de mortes.
• Risco de diagnóstico excessivo: Muitos cânceres detectados são indolentes, ou seja, não causariam problemas nem reduziriam a expectativa de vida. Esses cânceres, também conhecidos como “cânceres de evolução lenta”, muitas vezes crescem tão devagar que um homem pode viver sua vida inteira sem que a doença cause qualquer dano. Isso leva a um problema significativo: o tratamento desnecessário, que pode incluir cirurgias ou radioterapias, trazendo efeitos colaterais como incontinência urinária e impotência, sem beneficiar de fato o paciente.
• Custo-benefício: Direcionar recursos para tratamentos mais eficazes pode salvar mais vidas a longo prazo. O custo para rastrear milhares de homens anualmente é alto, tanto em termos financeiros quanto de infraestrutura de saúde. Esses recursos poderiam ser melhor aplicados em campanhas de conscientização, pesquisas avançadas ou no aprimoramento dos tratamentos existentes para casos graves, proporcionando maior impacto positivo na saúde pública.

Quem realmente precisa fazer o exame?

1. Homens com maior risco genético

• Histórico familiar: Se você tem parentes próximos, como pai ou irmãos, que foram diagnosticados com câncer de próstata ou de mama, suas chances de desenvolver a doença podem ser maiores. O histórico familiar é um dos principais indicadores para priorizar o rastreamento.
• Homens negros ou afrodescendentes: Pesquisas mostram que homens negros possuem uma maior predisposição genética ao câncer de próstata, além de a doença frequentemente se apresentar de forma mais agressiva nesse grupo. Por isso, o acompanhamento regular é essencial para prevenir complicações.

2. Homens com sintomas preocupantes

• Desconforto ao urinar: Dor ou dificuldade na micção, sensação de que a bexiga não esvaziou completamente, ou aumento na frequência urinária são sinais de alerta.
• Sangue na urina ou no sêmen: Esses sintomas podem indicar problemas na próstata que precisam de investigação imediata.
• Outros sintomas persistentes: Dores inexplicáveis no corpo, perda significativa de peso sem motivo aparente, ou fadiga extrema também são indícios de que algo pode estar errado.

Além disso, mesmo nesses casos, é importante que o médico avalie o quadro completo antes de indicar exames. O exame de PSA costuma ser o primeiro passo e, se necessário, é seguido pelo toque retal para confirmação e avaliação mais detalhada. Lembre-se: um diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances de um tratamento eficaz e menos invasivo.são cruciais para um diagnóstico precoce e eficaz.

O papel do “Novembro Azul” hoje

A campanha “Novembro Azul” evoluiu. Mais do que focar apenas nos exames, o objetivo é conscientizar os homens sobre a importância de cuidar da saúde como um todo. Isso inclui:

• Praticar atividades físicas.
• Adotar uma dieta equilibrada.
• Buscar atendimento médico regular, mesmo sem sintomas.

Conclusão: Não deixe sua saúde para depois

Ir ao médico pode parecer incômodo, mas sua saúde é seu maior patrimônio. Avalie seu risco, converse com um especialista e tome decisões baseadas em informações confiáveis.

E você, já conversou com seu médico sobre isso? Compartilhe este artigo com amigos e familiares e ajude a espalhar informação de qualidade.